Brasil

Após intervenção no Rio, bandidos ‘cariocas’ podem migrar para o Paraná

A intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro poderá gerar impactos negativos para o Paraná e outros estados. É que com o aumento da repressão ao crime no estado carioca, deve se verificar o chamado ‘efeito espanta barata’, com a saída de criminosos do Rio para outros estados.

Na quinta-feira (22), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, comentou sobre o risco de migração de criminosos. “Eu acho que é plausível, porque essa migração ocorre, por exemplo, dentro do Rio de Janeiro, dentro de Pernambuco e dentro de Goiás. Onde há uma eficácia maior das forças de segurança, o crime certamente migra. Há uma preocupação que a gente tem de cuidar para que não se corporifique”, disse o ministro.

Num primeiro momento, as preocupações do governo federal se concentram nos estados limítrofes do Rio de Janeiro, casos de Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Por isso também ontem o ministro da Justiça, Torquato Jardim, anunciou o aumento do controle nas rodovias para os estados que fazem divisa com os cariocas.

A situação, porém, gera preocupação em todo o país, segundo o diretor jurídico da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR). “Num primeiro momento, os estados limítrofes que tendem a se preocuopar mais com o efeito espanta barata. Mas numa análise mais profunda, todo o país deve se preocupar com a situação do avanço do crime organizado, para que outros estados não cheguem a situações como a do Rio de Janeiro”, explica.

Segundo o governo federal, as fronteiras do Paraná com o Paraguai terão reforço na segurança para evitar a entrada de drogas no país e também de munição. Já a Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou que também está tratando do assunto diretamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de ter redobrado a atenção para identificar qualquer anormalidade no estado.

“A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná informa que esta tratando do assunto direta e inicialmente com a Polícia Rodoviária Federal do Paraná sobre um planejamento de ações. Além disso, o Departamento de Inteligência do Estado do Paraná e o Departamento Penitenciário estão com a atenção redobrada para mapear e identificar qualquer anormalidade no sistema prisional”, informou a pasta por meio de nota.

Pedro Felipe, diretor jurídico da Adepol, aponta que o Paraná precisa investir mais no combate ao crime organizado para evitar a migração de organizações criminosas no estado e também combater com maior eficácia o crime organizado.

Uma medida defendida pela Adepol, inclusive, é a criação de uma delegacia especializada no combate ao crime organizado.
“Entendemos que falta isso, principalmente na estrutura da Polícia Civil. Temos a ideia de que o combate ao crime é feito com investimento na polícia ostensiva, mas se não houver trabalho de investigação, não há como conter isso. É preciso investigar a fundo o avanço da criminalidade organizada”, afirma.

 

BEM PARANÁ

Receba notícias no seu WhatsApp.

Leitores que se cadastrarem no serviço serão incluídos em uma lista de transmissão diária, recebendo no celular as principais notícias do dia.

Aécio Novitski

Idealizador do Site Araucária no Ar, Jornalista (MTB 0009108-PR), Repórter Cinematográfico e Fotógrafico licenciado pelo Sindijor e Fenaj sobre o número 009108 TRT-PR

Leia também

Botão Voltar ao topo

Notamos que você possui um
ad-blocker ativo!

Produzir um conteúdo de qualidade exige recursos. A publicidade é uma fonte importante de financiamento do nosso conteúdo. Para continuar navegando, por favor desabilite seu bloqueador de anúncios.