O governador Beto Richa (PSDB) afirmou que o índice de 5% de reajuste proposto para o funcionalismo considerou o momento da economia nacional e o comprometimento das receitas próprias com a folha. “Nós temos que ter equilíbrio nos gastos do governo, para que outros setores da nossa sociedade, ou da administração, não sejam prejudicados”, afirmou.
O funcionalismo reivindica aumento de 8,17%, relativo à inflação dos últimos 12 meses. Os professores da rede estadual rejeitaram a proposta do Executivo, e mantiveram a greve, que já dura quase um mês.
Richa sustentou que o índice de reajuste proposto para o funcionalismo é o percentual possível para o momento. “Oferecemos o que é possível para o momento sem maiores prejuízos para a população”, disse. Cerca de 90% dos recursos que o governo estadual arrecada com ICMS, IPVA, ITCMD e com transferências constitucionais é aplicado na folha de pagamento dos servidores, alega o governo.
Richa destacou que o governo estadual está dialogando com o sindicato dos professores para a retomada imediata das aulas nas escolas estaduais. Dos 2.168 estabelecimentos da rede estadual de ensino, segundo o governo, 910 funcionaram na quarta-feira, sendo 389 com atividades normais e outros 521 parcialmente. “Lamentavelmente quem tem pago o preço mais caro são nossos alunos, que não deveriam ficar no meio desta pendenga”, afirmou o tucano
A motivação da greve também foi questionada pelo governador. “Lamentamos uma greve sem objeto definido, sem uma pauta definida. Uma hora é a votação na Assembleia, outra hora é a data base, cada vez é bandeira diferente”, afirmou. “Esta greve é política para nos causar desgaste e ao mesmo tempo desviar o foco das grandes denúncias e escândalos do Brasil”, disse.
Confronto
O governador Beto Richa (PSDB) aproveitou ontem a posse do novo comando da Polícia Militar do Paraná, para defender a atuação da corporação no confronto com manifestantes e servidores públicos que resultou em mais de 200 feridos no último dia 29, durante a votação, pela Assembleia Legislativa, das mudanças no plano de aposentadoria do funcionalismo. O coronel Maurício Tortato assumiu como comandante da PM do Estado em substituição ao coronel César Vinicius Kogut, que estava no cargo desde outubro de 2013. Kogut pediu demissão depois que o então secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Francischini, responsabilizou a PM pelo episódio. Francischini também acabou se demitindo dias depois.
“Os soldados da PM foram agredidos e atacados por grupos radicais que não estavam no Centro Cívico para protestar pacificamente, mas para invadir a Assembleia Legislativa que, constitucionalmente, é uma área inviolável”, alegou Richa. “O evento lamentável aconteceu na tentativa de se evitar a invasão para garantir o funcionamento da Assembleia. Cada um dos 54 (deputados) tem a legitimidade do voto popular independente do posicionamento ou projeto”, argumentou o governador, culpando “grupos radicais”, que segundo ele, “queriam o confronto e até um defunto para marcar o episódio e consequente a mim”.
Bem Paraná